quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Fronteira

Zanguei-me ao espelho,
gritei, zombei
do desmaiado - outro olhar,
ralhei com a pobre triste,
com a pobre, triste mulher,
da qual não encontro nome
em nenhum registo,
em nenhum lugar.

Por momentos, quis partir tudo,
quis estilhaçar-me juntamente com os vidros
e sangrar-me toda
no silêncio social, ledo e cego,
no calar de todos,
na indiferença divina.
Num momento de insanidade,
ou realidade,
momento anestésico e sombrio,
esfaqueei-me até a alma me doer,
até tudo ser agonia em mim,
ate sofrer totalmente, tão totalmente
ao ponto de não doer já.

Batam-me.
Batam-me, que eu não me sinto.

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