sábado, 3 de outubro de 2009

Cheiros

Aqui, o vento que corre
é o grito que trago dentro.

Aqui, perdi do universo o centro,
tudo me cai da alma se ecoar...

Aqui, junto do mar e da sua fúria,
da sua dança particular,
aqui sinto o frio que me desperta.

Aqui cheiro a maresia.

Aqui choro a água e não as lágrimas
que tornaram líquido o meu sangue.
Tudo peixe, sal e vento,
tudo eu sem mim, sem luz e sem tempo.

Aqui, na praia que canta,
com o sol iluminando meus olhos,
com a ave cuidadosa,
que se vai, cautelosa, sem ruído,
aqui acredito não ter mentido a minha solidão.

Quero um convite das ondas
para mergulhar para longe.

Quero um pedido do mar
para cantar na sua língua para sempre.

Enchi os sapatos de areia
e trouxe a praia comigo.

2 comentários:

  1. Aqui tudo cheira a eternidade... eternidade de poesia que me enche o espírito, eternidade de poesia que quero ler, e ler e reler... eternidade de poesia que mais parece o mar, o oceano... um sitio onde me quero perder sem rasto.

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  2. Um local sem trilhos, sem caminhos,
    sem esperanças, sem lembranças,
    sem fés, sem porquês,
    vendo pela primeira vez
    as novas cores da aurora,
    o novo ritmo do novo agora,
    um novo pranto que chora
    e canta a meus pés...

    E ser tudo, tudo de novo!
    Ser terra e céu e povo
    da nova vida que me nasce do mar..!

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