segunda-feira, 9 de maio de 2011

Evasão

As horas passam e os lados das paredes que constroem o aqui tornam-se em bocas gigantes e bocejantes. Quero outro aqui ou um ali mais próximo, fresco e azul. Quero Creta e ver as coisas e falar às coisas e respirar as coisas que cantam certamente tão alto. Que as coisas falam connosco e, às vezes, falam tão alto que são óperas de Anjos a cantar! E vaguear pelas ruas de Lá e ouvir o mar que fala diferente, melodicamente aos ouvidos... Pisar a areia de Lá, as outras cores do Mundo e do Mar de sereias cheio... de sereias cheio, certamente!...
As horas passeiam com os lados das paredes que constroem o limite temporal que não me deixa sair daqui...

[31 de Março de 2011]

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Silêncio, as gotas da chuva

Silêncio, as gotas da chuva.
Risos de não querer saber,
de não esperar, de conter
o silêncio, as gotas da chuva.

Ruas passadas a ferro,
a ferro, a fumo, a quente,
a quente, queimando no ardente,
das ruas passadas a ferro.

Estradas vagueantes e erro,
erro de esperança, de sonho, de venturas...
erro de serem erro o sonho e as ternuras...
Estradas distantes passadas a ferro.

Silêncio, as gotas da chuva.
O sol de fora ardendo quente...
Tudo passado a fumo, a decadente...
As gotas da chuva passadas a ferro.