segunda-feira, 28 de março de 2011

Eu tinha uma casa
bem no meio do mar.
Eu tenho horas, horas
que gasto a chorar.

Eu tenho versos guardados
dos poemas que não escrevi
e tenho dos sonhos sonhados
as saudades que tive daqui.

Guardo num baú antigo,
coberto de resina e pós,
as canções que ecoam comigo,
outro som ou outra voz

do outro vidro embaciado,
envelhecido pelo tempo,
eu vejo minh' alegria, meu grão contado
p'lo amigo que guardo no vento.

E é na gravidade, esse marulho,
tempo pleno de infinito,
que findo e mergulho
e me engulo em meu próprio grito.

1 comentário:

  1. amo isto Marta :) muito bom!!
    "E é na gravidade, esse marulho,
    tempo pleno de infinito,
    que findo e mergulho
    e me engulo em meu próprio grito. "

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