embora chorando
e implorando
para que se desvaneçam
e desapareçam
do meu mundo triste e escuro,
eles vão ficando...
Vão-me quebrando
e lentamente tomando
o sangue, a alma,
a alegria ou a calma...
Permanecem gritando
mudos, murmúrio brando,
na insanidade ou na loucura
com que de mim me vão roubando!...
E vou caindo, vou chorando...
crendo que ando voando
e por outras vidas me maravilhando...
Vou brincando que nada existe!...
Vou tentando
alcançar o espelho que, girando,
se afasta de mim, troçando.
Vejo-me longe, vagueando...
pálida, desacreditando
nos contos e nas fadas que me vão contando.
Sinto-me por dentro despedaçando,
débil e morta, ansiando
a ponte para o outro lado...
Tão impossível e apartado...
[Agosto 2008]
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