quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Ajuda-me!

Ajuda-me.
Esquece as minhas lágrimas,
olha só para trás e dá-me a mão.
Dá-me só a mão!
Sinto falta de carícias.
Sinto um estranhamento dentro.

Olha para trás, ajuda-me,
mas esquece as minhas costas
e cega do teu olhar
todas as marcas de todas as chagas que não fecharam.
Não te assustes. Ajuda-me,
que a vontade de não querer cresce
e me assusta a mim mesma por instantes,
me faz temer o que eu própria não conheço!

Dá-me a mão, lembra os salmos
e ignora por completo os meu pecados,
que agora nada sou.
Nada ficou dos pedaços
que vão ficando espalhados pelo chão.

Deixa-me gritar... não ouças.
Deixa-me soluçar, chorar e não sonhar mais,
que eu não posso mais,
não suporto mais,
que me enoja muito mais
tudo o que sinto.

Dá-me a mão, mas não me vejas...
Agarra-me, impede-me de cair, mas não queiras
nunca que teus olhos encontrem os meus.
Não queiras nunca curar
as feridas que todos julgam sarar.
A dor dessas feridas a doer.

4 comentários:

  1. Dou-te a mão e saro as tuas feridas. Essas feridas que não podem ser saradas, essas feridas que eu passarei a minha mão... olharei nos teus olhos porque as tuas chagas são as minhas, a tua dor é a minha, o teu choro é o meu... dou-te a mão, olho-te nos olhos e choro contigo pois as feridas por sarar serão esquecidas e enterradas, não receies...

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