Olho o sol e atento os intervalos
de luz.
Noção vaga e curta do que é "quase-ser",
de não ficar para trás, mas de lado.
Que doença grande
esta deste não contentamento,
deste desalento. Deste sofrimento, talvez.
Porque dói entender que não se fez tudo?
O que dói, no fundo?
A sensação na cabeça... o pensamento que me mói
e me engana, provavelmente.
Que foi que fiz? Que provas julguei ter ultrapassado,
quantas missões julgarei ter completado?
Que foi que fiz?
Quanta vontade de dormir e ninguém me deixa.
Cerro os olhos e há alarmes
e eu acordo sempre por entre as minhas lágrimas,
julgando-me já purificada.
Mas sinto o peito magoado
e sinto a vida em mim dormente.
Num puro momento anestésico, firo-me,
que, sentir por não sentir, que haja rastos
daquilo que me feriu e não senti.
Vejo as mãos ressequidas
por um passado presente.
Cada vez mais gélida, ninguém me sofre.
Cada vez mais rouca e só.
Mais um daqueles... Parabéns!
ResponderEliminarÓ paizinho... obrigada!
ResponderEliminarMais um daqueles mesmo... quem não te conhecesse... ;-) parabéns por mais um belo poema!
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