sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Medo

Os meus medos são poucos. Não há que temer.
Há apenas que ter bom senso, calma e, principalmente, perspicácia.
Olho aberto, em linguagem corrente. 

Eu tenho medo. Dói-me a alma de pensar que posso um dia enfrentar o medo.
Ou os medos. Já que tantos são. E são tantos.

O meu maior medo é aquele que não vejo, que sinto e me apavora por dentro. Que decora os meus passos para me poder perseguir. O que não me deixa dormir ou fechar os olhos nem por um instante. O que me mente dizendo-se distante. Que se apodera da minha mente e me grita mudo constantemente. Me sufoca o corpo, me tira o ar, e aperta a garganta sem que possa respirar. o fantasma que me segue e me assombra, que se cola a mim e me toma a sombra. Meu medo é o medo que segreda ao meu ouvido, que me ameaça em tom de voz sumido. Que me sente quente e me esfria. Que me encarna a alma e deixa totalmente vazia.

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